sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nobel de Química: cientistas decifram o ribossomo

O cientistas Venkatraman Ramakrishnan, Thomas A. Steitz e Ada E. Yonath vão dividir o Nobel de Química de 2009 por seus estudos sobre a estrutura e função do ribossomo, revelando a sua aparência no nível atômico. Eles usaram um método chamado cristalografia por raios X para mapear a posição de cada um dos centenas de milhares de átomos que formam o ribossomo.
Os ribossomos produzem proteínas, que por sua vez controlam a química de todos os organismos vivos. Como os ribossomos são cruciais para a vida, também se tornaram um alvo preferencial para o desenvolvimento de novos antibióticos.
O perfil dos vencedores: Venkatraman Ramakrishnan nasceu em 1952, em Chidambaram, Estado de Tâmil Nadu, na Índia, e atualmente é cidadão dos EUA. Formou-se em Física em 1976 na Universidade de Ohio, e desde 1999 é cientista-sênior e chefe de grupo da Divisão de Estudos Estruturais do Laboratório MRC de Biologia Molecular, da Universidade Cambridge, e pesquisador do Trinity College, também em Cambridge.
O estudo de Ramakrishnan sobre as estruturas cristalizadas da pequena subunidade do ribossomo foram cruciais para a compreensão de como o ribossomo obtém sua precisão. Ele identificou algo que pode ser descrito como uma régua molecular. Usando a régua duas vezes, o ribossomo confere se está tudo correto.
Thomas A. Steitz nasceu em Milwaukee, Estado de Wisconsin, nos EUA, em 1940, e é professor de Bioquímica e Biofísica Molecular e investigador do Instituto Médico Howard Hughes da Universidade Yale. Ele se graduou em Química na Faculdade Lawrence, em Appleton, Wisconsin, em 1962, e se doutorou em Biologia Molecular e Bioquímica em Harvard, sob a orientação de William Lipscomb, em 1966.
Sua pesquisa está voltada para o uso da cristalografia por raios X da proteína e do ácido nucléico para estabelecer a base estrutural dos mecanismos enzimáticos e das interações entre proteína e ácido nucléico na célula. Seu trabalho estrutural sobre o ribossomo e outras enzimas envolvidas na replicação, tradução e transcrição do DNA forneceu pistas sobre os caminhos envolvidos na transferência de informação e estabilidade do genoma na célula.
O trabalhado laboratorial de Steiz sobre antibióticos que atacam a grande subunidade ribossômica pode também servir de base para o desenvolvimento de novos antibióticos eficazes contra microorganismos resistentes a antibióticos atuais.
Ada E. Yonath é a nona pessoa de Israel a receber um Nobel, e a primeira entre as mulheres desse país. É quarta mulher a receber o Nobel de Química, mas a primeira desde 1964, informa a Reuters. Nasceu em Jerusalém, em junho de 1939, e se formou em Química pela Universidade Hebraica de Jerusalém, para em seguida fazer mestrado em Biofísica. Concluiu seu doutorado com distinção no Instituto Weizmann de Ciências, e depois se especializou no exterior em cristalografia biológica.
Ao voltar para Israel, fundou seu próprio laboratório voltado para essa especialidade. Ela leciona desde 1988 no Instituto Weizmann, onde ocupa a cátedra Kimmel. Dirige desde 1989 o Centro Kimmelman para a Estrutura e Montagem Biomolecular. Entre 1986 e 2004 foi também diretora de pesquisas do Instituto Max Planck, em Hamburgo.Yonath tem estudado processos relacionados à tradução do código genético em proteínas, e seus estudos ímpares tornaram possível determinar detalhadamente a estrutura tridimensional do ribossomo.
Ela está voltada para buscar formas de melhorar antibióticos que paralisem o ribossomo. Os resultados das pesquisas nesse campo lhe valeram uma grande reputação junto a laboratórios farmacêuticos multinacionais. Recebeu diversos prêmios por seu trabalho, inclusive o Prêmio Israel de Química, em 2002, e o Prêmio Wolf de Química, junto com George Feher, em 2006. (Fonte: Reuters)

Um comentário:

  1. Interessante a ligação da química com a biologia, não sabia que essas duas áreas se juntavam para desvendar aspectos do corpo humano.

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